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Colapso da Ambipar transforma gigante ESG em alerta para investidores

Colapso da Ambipar expõe falhas no rótulo ESG e acende alerta para quem investe: riscos ocultos que podem afetar seu dinheiro, saiba mais

Ambipar: colapso das ações e risco de recuperação judicial

A Ambipar (AMBP3) enfrentou uma queda abrupta que prejudicou seu valor de mercado em cerca de R$ 1 bilhão e colocou a empresa sob risco de recuperação judicial. As ações caíram mais de 90% nas últimas semanas após problemas financeiros ligados a operações em dólares e contratos derivativos. 

Resumo dos fatos

  • A empresa, especializada em gestão de resíduos com forte narrativa ESG, pediu proteção judicial contra credores.
  • O problema teve origem em títulos verdes emitidos em dólar e em um contrato de swap com o Deutsche Bank.
  • Ajustes contratuais exigiam garantias adicionais, criando risco de efeito dominado por cláusulas de vencimento cruzado (cross-default).
  • A companhia declarou ter bilhões em caixa; os credores chegaram a apenas US$ 80 milhões, gerando divergências sobre a liquidez.

Como ocorreu a alta especulação

  • A Ambipar estreou na B3 em 2020 como aposta em sustentabilidade e crescimento por aquisições.
  • A empresa tomou dívida para financiar a expansão em um cenário de juros altos.
  • As ações oscilaram fortemente (cerca de R$ 24 → R$ 8 → R$ 268), com valorização que não refletia os fundamentos.
  • A alta foi impulsionada por compras do controlador, recompra de ações e entrada de fundos, resultando em um short squeeze.
  • Fontes do mercado descrevem a valorização como altamente especulativa, sem sustentação operacional.

O gatilho financeiro

  • A Ambipar emitiu títulos verdes em dólar por meio do Deutsche Bank e contratou um swap para reduzir risco cambial, convertendo obrigações para reais.
  • Um aditivo vinculou o derivativo à cotação dos títulos verdes.
  • Quando os títulos se desvalorizaram, o banco apresentou detalhes adicionais de garantia.
  • A chamada de garantias ameaçou abrir um rombo estimado em R$ 10 bilhões, devido às cláusulas de cross-default que conectam contratos financeiros.

Reação dos credores e divergência sobre a caixa

  • A empresa entrou na Justiça buscando medida protetiva, passo anterior à recuperação judicial.
  • Embora a Ambipar tenha afirmado possuir caixa relevante no balanço, credores e auditores verificaram cerca de US$ 80 milhões.
  • Há conflito sobre a liquidez real disponível; a companhia atribui parte do problema a um ex-diretor financeiro, que nega irregularidade e defende que o contrato trouxe benefícios.

Contexto e histórico

  • A Ambipar ganhou destaque com a onda ESG e, em momento de euforia, chegou a valer mais de R$ 27 bilhões.
  • A estratégia de crescimento por aquisições resultado alavancagem financeira.
  • A alta de juros pós-pandemia elevou o custo da dívida e pressionou os resultados, expondo fragilidades da estrutura de capital.

Números chave

Indicador
Valor aproximado
Valor de mercado no pico
R$ 27 bilhões
Valor de mercado atual
R$ 1 bilhão
Preço máximo da ação
R$ 268
Caixa identificado por credores
US$ 80 milhões
Risco de impacto estimado na cadeia
R$ 10 bilhões

Perspectivas e pontos de atenção

  • O principal risco imediato é o efeito de cascata entre credores causado por cláusulas de cross-default; a medida protetiva visa ganhar tempo para renegociação.
  • Os investidores devem avaliar a exposição a instrumentos em dólar e contratos derivativos que possam gerar requisitos de garantias em cenários adversos.
  • A divergência entre a caixa declarada e a verificação por credores reforça a necessidade de esclarecimentos contábeis e auditorias independentes.

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