Vale a pena investir nas terras raras no Brasil? Conheça os riscos e oportunidades
As terras raras estão em alta no noticiário internacional. Esses elementos químicos são essenciais para diversas tecnologias modernas, como motores elétricos, televisores e ímãs. O Brasil, sendo o segundo maior produtor mundial, após a China, possui uma vantagem estratégica que pode ser um trunfo em negociações, especialmente com os Estados Unidos, que dependem fortemente desses minerais.
Tempo longo e risco elevado
Investir em terras raras não é uma tarefa simples. Especialistas afirmam que o retorno financeiro não é imediato. O primeiro risco está na geologia. As incertezas sobre o que existe sob a terra tornam o investimento inicial desafiador. Jéferson Silveira Martins, sócio-diretor da Silveira Capital, destaca que é necessário um investimento geológico robusto para conhecer o subsolo antes de qualquer operação.
Após essa fase, as empresas precisam levantar capital para construir a planta mineral, um processo que demanda tempo e recursos. Além disso, o Brasil enfrenta trâmites ambientais complexos e imprevisíveis. Às vezes, mesmo seguindo todos os passos corretamente, a licença para operar pode demorar ou nem sair. Isso contribui para a escassez de projetos no Brasil, onde um projeto pode levar até 16 anos para iniciar suas operações.
Onde estão os projetos no país
Atualmente, existem 30 projetos de terras raras em desenvolvimento no Brasil, distribuídos em estados como Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Piauí e Tocantins. Apenas um projeto está em operação comercial: o da Serra Verde, localizado em Minaçu (GO), inaugurado em 2024 após 14 anos de preparação e um investimento de US$ 150 milhões.
| Estado | Projetos em Desenvolvimento | Status Atual |
|---|---|---|
| Amazonas | 5 | Em desenvolvimento |
| Bahia | 7 | Em desenvolvimento |
| Goiás | 10 | Serra Verde – em operação |
| Minas Gerais | 4 | Em desenvolvimento |
| Piauí | 2 | Em desenvolvimento |
| Tocantins | 2 | Em desenvolvimento |
A Serra Verde possui um depósito de argila iônica com capacidade inicial estimada em 5 mil toneladas por ano. Os principais elementos produzidos incluem neodímio (Nd), praseodímio (Pr), térbio (Tb) e disprósio (Dy), essenciais para a produção de ímãs permanentes.
Como investir
Investir em terras raras é possível através de empresas estrangeiras, especialmente australianas, que atuam localmente. Além disso, existem ETFs (fundos de índice) que oferecem exposição a companhias do setor. Algumas das empresas australianas que investem no Brasil incluem:
- Viridis Mining (VMM)
- Meteoric Resources (MEI)
- St George Mining (SGQ)
- Equinox Resources (EQN)
- Summit Minerals (SUM)
- Resouro Strategic Metal (RSM)
- Alvo Minerals (ALV)
Essas empresas são negociadas na bolsa de valores da Austrália, onde muitas abrem capital devido à flexibilidade para negócios em estágios iniciais de mineração.
O que analisar antes de investir
Para um investidor, é crucial buscar sinais concretos de avanço nos projetos. Marcos Piellusch, professor da FIA Business School, recomenda que projetos com apoio de bancos de desenvolvimento tendem a ter uma due diligence mais robusta. Além disso, é essencial verificar o histórico dos executivos envolvidos.
| Fatores a Analisar | Descrição |
|---|---|
| Apoio de Bancos | Projetos com suporte financeiro são mais confiáveis. |
| Histórico dos Executivos | Verificar se já tiveram sucesso em outros projetos. |
| Tempo de Desenvolvimento | Projetos que demoram muito podem representar riscos. |
Investindo fora
No mercado internacional, empresas como a China Northern Rare Earth Group High-Tech e a MP Materials são referências. A australiana Lynas Rare Earths também se destaca. ETFs como o VanEck Rare Earth/Strategic Metals (REMX) e o Sprott Critical Materials/Energy Transition Materials (SETM) permitem que investidores diversifiquem sem escolher ações específicas.

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