A chegada da JBS (JBSS32) à Bolsa de Nova York (NYSE), em 12 de junho de 2025, marcou um divisor de águas para a gigante do setor de proteína. Depois de anos de preparação, a empresa finalmente conquistou a tão esperada dupla listagem — e os resultados já começaram a aparecer.
Segundo o CFO Guilherme Cavalcanti, a nova fase abriu portas para novos investidores, valorização mais justa e custo de capital reduzido. Mas afinal, o que mudou na prática? Como está o desempenho das ações? E o que esperar dos dividendos daqui pra frente?
A seguir, tudo explicado de forma simples e direta.
Por que a listagem nos EUA era tão importante?
A JBS buscava três objetivos principais:
1. Acesso a novos investidores
Com a listagem em Nova York, a empresa passou a ser elegível para fundos que não podiam investir diretamente no Brasil por limitações estatutárias.
➡️ Resultado: maior visibilidade global.
2. Redução do custo de capital
Mercados mais maduros tendem a avaliar empresas pelo seu potencial global, e não apenas pelas condições locais.
➡️ Isso melhora o valuation e reduz o custo de financiamento.
3. Destravar valor para suas ações
A JBS sempre negociou com múltiplos inferiores aos de concorrentes internacionais. A dupla listagem busca corrigir essa assimetria.
Cavalcanti resume:
“A listagem abriu as portas para um universo maior de investidores e a um custo de capital mais baixo.”
Desempenho das ações: avanço acima de 30% em 2025
Desde o início do ano, os papéis da JBS já acumulam alta de 33%.
E tem mais:
- Volume médio diário em NYSE: US$ 115,2 milhões
- Crescimento do volume vs. 2024: +210%
O apetite estrangeiro não demorou a aparecer — e a empresa ainda quer ir além.
Valuation: JBS segue barata frente aos concorrentes
Mesmo com o avanço, a JBS ainda negocia entre 5x e 5,5x EV/Ebitda.
Enquanto isso:
- Concorrentes nos EUA e Europa: 8x a 8,5x EV/Ebitda
➡️ Para analistas, esse desconto significa potencial de valorização.
Como destaca o CFO:
“Essa comparação demonstra o quanto a JBS pode crescer dentro do mercado de ações norte-americano.”
Estratégia: agenda intensa com investidores
Para acelerar a visibilidade global, o CFO intensificou reuniões, roadshows e conferências.
- Número de interações com investidores cresceu 14% no ano.
- Em setembro, a JBS entrou no FTSE US Index, ao lado de gigantes com mais de US$ 50 trilhões em valor de mercado.
E os próximos passos?
A empresa mira índices muito mais pesados:
- S&P 500
- CRSP
- Russell
A inclusão nesses índices costuma gerar entrada automática de fundos — o que pode elevar liquidez e preço das ações.
Dividendos: o que esperar?
A JBS é reconhecida por distribuir bons dividendos. Nos últimos cinco anos, a média foi de US$ 1 bilhão por ano.
Cavalcanti explica:
- Em anos fortes e sem operações de M&A, pode haver dividendos extras ou recompra de ações.
- Em novembro, a empresa concluiu um programa de recompra de US$ 600 milhões.
E uma política de dividendos fixos?
O CFO, porém, foi direto:
Não dá para prometer valores fixos em um setor cíclico.
Com a listagem nos EUA, a JBS também não precisa mais seguir o mínimo obrigatório brasileiro de 25% do lucro. Ainda assim, historicamente, já pagava acima disso.
Hora de comprar JBS (JBSS32)?
Cerca de 20 casas de análise seguem a ação — e quase todas recomendam compra.
O Bank of America, por exemplo:
- Reiterou compra
- Elevou o preço-alvo para US$ 21 (R$ 114)
- Destaques do relatório:
- Impulso de lucros em 2026
- Crescimento orgânico e inorgânico
- Avaliação atrativa a 6,0x EV/Ebitda
Estimativa do banco: US$ 1 bilhão em dividendos em 2026, com yield de 7%.
A JBS vive o melhor momento em anos
A combinação de:
✅ dupla listagem
✅ maior visibilidade internacional
✅ valuation ainda descontado
✅ forte histórico de dividendos
✅ crescimento previsto para 2026
…coloca a JBS em posição estratégica no mercado global.
Para quem investe com foco em valor, dividendos e crescimento, é um papel que merece estar no radar.
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